terça-feira, 30 de maio de 2017

Onde abundou o pecado superabundou a graça”

Onde abundou o pecado superabundou a graça” é uma frase escrita pelo apóstolo Paulo para ressaltar a eficácia da graça de Deus no perdão de nossos pecados. O apóstolo escreveu essa frase em sua Epístola aos Romanos, capítulo 5 e versículo 20.

O contexto da frase “onde abundou o pecado superabundou a graça”

Essa frase está dentro de um contexto da Carta de Paulo aos Romanos onde o apóstolo estava tratando sobre a justificação pela fé (Rm 1:16-11:36). Ele começou mostrando a necessidade e a realidade da justificação (Rm 1:16-3:31), bem como sua fundamentação nas Escrituras, utilizando, inclusive, o exemplo de Abraão (Rm 4).

Entre os capítulos 5 e 8, o apóstolo fez uma exposição acerca da eficácia da justificação, bem como dos frutos que necessariamente resultam dela. Especialmente no capítulo 5, Paulo enfatizou a bênção da paz proveniente da justificação ao dizer que “havendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1-11).

Nos versículos seguintes, o apóstolo fez um paralelo entre Adão e Cristo, mostrando assim a abundância e a certeza da salvação confirmada através da obra de Cristo (Rm 5:12-21). É importante saber que todo esse capítulo é envolto no conceito de que a salvação é exclusivamente por meio de Cristo.

Onde abundou o pecado

Para entendermos o que significa a expressão “onde abundou o pecado” precisamos considerar o que Paulo escreveu antes de tê-la mencionado. De forma bastante resumida, podemos destacar os seguintes pontos:

Através de Adão, o pecado, e, consequentemente, a morte, entraram no mundo (Rm 5:12);A morte permeia toda a humanidade, pois todos pecaram (Rm 5:12);Antes da Lei ter sido dada no Sinai a humanidade já vivia na prática do pecado, e a morte reinou sobre ela (Rm 5:13,14);A condenação pela transgressão procedida de Adão foi mais do que substituída pela justificação provida pela obra de Cristo para aqueles que, pela graça soberana de Deus, depositam n’Ele sua confiança e encontram seu Salvador (Rm 5:15-17);Uma só ofensa resultou em condenação para todos, assim como um só ato de justiça resultou em justificação que traz vida (Rm 5:19,18).

Com base nesses pontos principais, o apóstolo então declarou que “a Lei foi introduzida para que a transgressão abundasse” (Rm 5:20). É importante entender que o apóstolo não estava dizendo que a Lei é a causadora do pecado, no sentido de que ela faz com que haja mais pecado, ao contrário, ao dizer a expressão “para que a transgressão abundasse”, Paulo estava ensinando que a Lei veio para realçar o pecado, isto é, deixá-lo mais nítido, como se fosse uma lente de aumento que realça imperfeições que já existem, mas que, sem ela, não seria possível perceber.

É exatamente esse pensamento que explica a expressão “onde abundou o pecado”. Com base na Lei de Deus, o conhecimento acerca do pecado é enfatizado, mostrando ao homem toda sua pecaminosidade e seu estado miserável, pois são tão abundantes os seus pecados que é impossível que ele consiga vencê-los por seus próprios esforços.

Superabundou a graça

Ao entender o significado da expressão “onde abundou o pecado”, facilmente é possível entender que a expressão “superabundou a graça” significa a conclusão evidente do apóstolo de que onde o pecado aumenta a graça aumenta ainda mais.

Em outras palavras, quanto mais o homem percebe a nitidez de seu pecado à luz da Lei de Deus, mais ainda ele fica admirado e agradecido pela manifestação da graça de Deus em Jesus Cristo, que não apenas anula o pecado, mas o supera.

Isso fica claro em outra passagem onde o mesmo apóstolo escreve dizendo que a letra mata, mas o Espírito vivifica (2Co 3:6), ou seja, a Lei realça o pecado e exige um padrão de vida que agrada a Deus, porém ela não fornece a força necessária para que o homem consiga cumprir suas exigências, enquanto que a graça é plenamente eficaz em capacitar o homem a viver para Deus.

“Onde abundou o pecado superabundou a graça” significa uma permissão para pecar?

Algumas pessoas distorcem completamente essa frase tentando encontrar nela uma justificativa para suas condutas pecaminosas. Todavia, essa frase de forma alguma possui esse significado.

O próprio apóstolo Paulo repreendeu esse tipo de interpretação errada acerca do conceito de que onde abundou o pecado superabundou a graça, escrevendo o seguinte: “Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente?” (Rm 6:1). A resposta do apóstolo é direta e bastante explicativa: “De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?” (Rm 6:2).

Com isso, o apóstolo estava dizendo que a frase “onde abundou o pecado superabundou a graça” não está se referindo a um tipo de licença para pecar, ao contrário, está falando acerca da vitória sobre o pecado para aqueles que, pela graça de Deus, estão unidos a Cristo pela fé e vivem uma vida que agrada a Deus.

Quem usa a frase “onde abundou o pecado superabundou a graça” como desculpa para uma vida de iniquidade, tal pessoa está simplesmente tentando se auto-justificar, e na realidade desconhece a graça de Deus, pois o resultado prático da “superabundância da graça” é a libertação do pecado que naturalmente e, necessariamente, leva à santidade, “e o seu fim é a vida eterna” (Rm 6:22).

Certamente a melhor explicação sobre o verdadeiro significado da frase “onde abundou o pecado superabundou a graça” para aqueles que a entendem equivocadamente, é o que o apóstolo Paulo escreveu no capítulo 6 da mesma Carta aos Romanos, ao dizer: “Vocês foram libertos do pecado e tornaram-se escravos da justiça” (Rm 6:18).

Concluindo, saber que onde abundou o pecado superabundou a graça serve de conforto para nós, pois significa que a depravação humana é terrível e imensa, porém a graça de Deus é infinitamente maior e mais poderosa, a ponto de não apenas perdoar e anular o pecado daqueles que são vestidos de justiça pelos méritos de Cristo, mas de superá-lo de forma transbordante trazendo vida eterna (Rm 5:21).

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Cinco coisas que Deus nunca viu

Cinco coisas que Deus nunca viu

Dt 11: 11  mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas;
12  terra de que cuida o SENHOR, vosso Deus; os olhos do SENHOR, vosso Deus, estão sobre ela continuamente, desde o princípio até ao fim do ano.

  Vamos aprender cinco coisas que Deus nunca viu:

1 – Deus nunca viu uma semente plantada que não desse fruto.

Gálatas 6:7  Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.

2co 9: 5  Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos que me precedessem entre vós e preparassem de antemão a vossa dádiva já anunciada, para que esteja pronta como expressão de generosidade e não de avareza.
6 ¶ E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará.
7  Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.

2 – Deus nunca viu uma situação que Ele não possa reverter.

Jó 42:10  Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.

Filipenses 4:13  tudo posso naquele que me fortalece.

3 – Deus nunca viu uma enfermidade que Ele não possa curar.

1 Pedro 2:24  carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.

Êxodo 15:26  e disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o SENHOR, que te sara.

4 – Deus nunca viu um justo mendigar um pão.

Salmos 37:25  Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.

Ml 3: 10  Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.

5 – Deus nunca viu alguém que ele não possa salvar.

Lc 18: 26  E os que ouviram disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo?
27  Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.

João 10:9  Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Preciso ser batizado para participar da Santa Ceia?

Preciso ser batizado para participar da Santa Ceia?

Você Pergunta: Não vejo nada na Bíblia que ordene que as pessoas sejam batizadas para só depois poderem participar da Santa Ceia. Isso não é uma invenção da igreja? Onde está escrito que tem que se batizar para poder tomar santa ceia?

Caro leitor, muito interessante a sua indagação. Em primeiro lugar devemos ter em mente que a Bíblia não é um livro de “pode não pode”. Na Bíblia não contém um sim ou um não para cada situação específica possível que aconteça em nossa vida e sociedade. Ela tem sim algumas coleções de mandamentos, mas tem também princípios que devemos interpretar com sabedoria para chegarmos a conclusões sobre algum tema. É o caso do batismo ser realizado antes da Santa Ceia. Não temos um mandamento específico ordenando que a pessoa se batize antes de tomar da Santa Ceia, porém, temos alguns princípios que nos apontam que devemos sim proceder o batismo antes de servir a Santa Ceia a alguém:


(1) A ordem primária de Jesus aos Seus discípulos na grande comissão era para discipular e batizar os que crescem:

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28.19-20).

(2) O “crer” em Jesus é a condição mais básica do discipulado, que vai avançando na direção do batismo e do ensino cada vez mais aprofundado da doutrina de Cristo (crescimento cristão). Parece óbvio no texto que existe certa sequência no acontecimento das coisas. Será que seria correto alguém ser batizado antes de crer em Jesus e professar essa fé? Óbvio que não. Uma coisa depende da outra. O batismo só faz sentido se a pessoa já creu em Jesus. Da mesma forma, será que alguém poderia participar da Santa Ceia antes de ter crido em Cristo? Não parece lógico e apoiado pelas Escrituras que as coisas aconteçam assim, em uma sequência confusa e sem embasamento algum.

(3) Esse pensamento está em conformidade, por exemplo,com o acontecimento de Atos 2.38: Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.Observe que Pedro finaliza sua exposição da Palavra mostrando que eles precisavam se arrepender, crer e ser batizados. Após isso, é registrado algo interessante: ”Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.”. Note que não houve uma Santa Ceia, mas um batismo após as pessoas crerem. E na sequência, ai sim, é registrado uma continuidade na vida cristã dessas pessoas como igreja:

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. (Atos 2.42).

(4) Assim, a Bíblia parece nos apontar que uma vez que a pessoa creu em Jesus e é reconhecidamente crente, deve se dispor ao batismo, onde mostra diante de todos, mediante o lavar da água, que seu coração é de Deus. Seguido a isso a pessoa está credenciada a participar de todos os benefícios comunitários de ser uma serva de Deus e um deles é o de participar do corpo e do sangue de Cristo.

(5) Não encontro elementos na Bíblia que apoiem nem explicita nem implicitamente que a Santa Ceia possa ser tomada sem que a pessoa seja reconhecidamente da família cristã (igreja). Sendo o batismo um dos primeiros passos práticos dado pelo cristão após crer, logo, ele deve ser dado para que os outros passos venham na sequência. Dessa forma o cristão deve participar da Ceia tão logo seja batizado e tenha professado sua fé diante da comunidade.